sábado, 17 de março de 2012

Trabalho x casa

Acredito que a maioria das mães que trabalham fora, sempre pensam na possibilidade de ficar só em casa. Pelo menos isso fica martelando na minha cabeça desde o nascimento da Marina. E olha que quando estava grávida dela, eu era toda segura, falava que voltaria ao batente tranquilamente. Mas, quando ela chegou ao mundo, eu não conseguia cogitar a possibilidade de deixar um ser tão pequeno longe de mim o dia todo. Não teve jeito, quando ele tinha quase 11 meses retomei a carreira. Foi choro pra lá, dor no coração e pensamentos constantes se eu realmente estava fazendo a coisa certa.

Nessa época, o lado bom foi que eu guardei minha asa de coruja. Afinal, era praticamente impossível ter o controle de tudo dependendo de terceiros. Antes de voltar a trabalhar, eu achava que só eu era capaz de cuidar da Marina como ela merecia. Aos poucos fui percebendo que não era assim. Foi um alívio. Um peso, que eu criei sozinha, foi saindo das minhas costas. Mas o martelo não parava de bater, era ou não era a atitude certa ficar longe o dia todo.

Continuei trabalhando e eis que fico grávida de novo. Já pensei nos incríveis meses de licença maternidade que ficaria em casa me dedicando só à eles. Para quem é mãe, na minha opinião, essa é uma das melhores fases. Ninguém cobra ou julga nada, afinal, você esta exercendo o papel que deve fazer, sem se culpar se está ou não trabalhando. Sua função é apenas curtir e se deliciar com as novidades de um bebê que chegou ao mundo.

Quando os meses mágicos acabaram, o martelo voltou a bater e além da dúvida se deveria ou não voltar a trabalhar, eu pensava, agora estou deixando duas crianças em casa. Achei que seria mais fácil. Claro que não foi, mas, no primeiro dia de batente tomaram a decisão por mim. Fizeram o convite para eu me desligar da empresa, me despediram. Na hora cresceu uma felicidade dentro de mim. Voltei para casa e lá estavam meus pequenos. Beijei, abracei e decidi que ficaria só no ofício de mãe até o Gui completar um ano, pelo menos. 

Como nem tudo que a gente planeja segue dentro do previsto. Passou um mês, recebi uma proposta. Como o salário era melhor e o trabalho era mais perto, não poderia me dar ao luxo de recusar. Entre a dúvida de ficar ou sair, completei quase cinco anos neste emprego.  

Conto toda essa história, porque hoje, conversando com uma mãe no parquinho do prédio, me deparo com uma mulher que parou de trabalhar para se dedicar aos filhos. E adivinhem, o martelo dela bate ao contrário. Ela acha que não pode se dedicar só aos filhos, eles crescem e você acha que não fez nada por você.

Faz quase três meses que estou numa empresa que é ainda mais perto de casa. E, apesar de  almoçar quase todos os dias com as crianças e de conseguir fazer homeoffice alguns dias, o 'tal' de martelo não para de bater. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

16 anos depois

Desde 1995 dia 20 de outubro é uma data especial para mim. Há 16 anos, era uma sexta-feira quente quando finalmente o Leo me pediu em namoro (ai que fofo!). É engraçado porque naquela época eu me sentia muito madura para ter um relacionamento. Lembro que quando ficamos a primeira vez no meu auge dos 12 anos (senhor, meus pais foram completamente malucos de permitirem uma ação dessa - rs - bom, eles não souberam do acontecido) eu achava muito cedo para começar a namorar. Mas, com 13 estava liberado.

Nos primeiros meses de namoro eu já tinha tinha uma sensação de que ele faria parte da minha vida para sempre. Claro que pensava, `mas até a gente casar teremos que namorar quantos anos?´. Bom, a primeira fase do namoro não chegou a completar dois anos. Entre umas briguinhas e o meu orgulho somado ao do Leo, ficamos quase três anos sem  um falar com o outro. Essa separação foi essencial para sermos o casal que somos hoje. 

Claro, estamos longe de sermos perfeitos, mas existe uma sintonia gigante entre a gente. O Leo é muito mais que um marido, ele é um amigo, é o pai dos meus filhos, meu namorado, amante.... Estamos perto de completar noves anos de casada e longe da possibilidade de ficar um longe do outro.

sábado, 8 de outubro de 2011

Dia das crianças


Esse anos os pequenos ganharam presente adiantado em casa. Ou melhor, a Marina, praticamente me intimou a ir ao shopping para ela escolher o presente. E veja bem, não sou do tipo de mãe que faz tudo que a criança quer e que compra brinquedos caros. Alias, eu raramente compro presente de Natal e Dia das Crianças - eles ganham tantos dos avós, padrinhos, tios... - que prefiro investir o dinheiro em passeios, viagens e poupança para eles.

Pois bem, esse ano não escapei, a Ma vai completar oito anos e ja se ligou na malandragem economica. Duas semanas antes do dia da crianças (detalhe, ela faz aniversário nessa data linda), ela perguntei se era o dia dela ir a loja escolher o presente. Ela fez o pedido de uma forma tão empolgada que não puder recusar. E de quebra, claro, o Gui também teve o direito.

A primeira opção era inviável de comprar (um cachorro que anda, late, vira e sei lá mais o que), então falei para escolher outro. Ela sempre quis (desde os 4 ou 5 anos) a casinha da Barbie (ou melhor mansão, pelo preço que se paga por aqui) e até hoje não me perdoo de ter comentado com uma amiga que foi à NYC que disse que lá tinha uma incrivel, com elevador - acho que é tipo a do Toy Story 3 (pausa para registrar que amo esse filme) - e tudo, por um preço acessível. Não lembro direito, mas acho que era um pouco mais de U$ 100.

Essa outra garotinha fofa da foto é a Gi,
sobrinha linda,
filha da minha irmã

No fim ela compensou o desejo por uma da moranguinho bem fofa. O Gui estava na dúvida entre um Buzz Lightyear e uma super pista do Hot Wheels. O carrinho ganhou.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Tempo para os pais

De uns tempo para cá, Leo e eu estamos tentando fazer uns programas, na verdade, viagens sozinhos. Coisa de casal. Pelo menos uma vez por ano. Desde que casamos, fizemos isso duas vezes apenas. Da primeira vez foi um pouco doído porque a Ma tinha apenas dois aninhos, ou seja, o Gui ainda não fazia parte da família. Apesar de ter sido muito bom (fomos para Ilha Grande-RJ, recomendo) a nossa pequena sentiu bastante. Lembro que quando chegamos ela virou a carinha para gente - quase um protesto.

Pois bem, depois disso demoramos cinco para retomar o projeto. O Gui passou a fazer parte da família e fizemos a segunda lua de mel sem babys (fomos para Buenos Aires, que também recomendo). Faz um ano que essa viagem aconteceu. Nossa a diferença foi gritante. Os pequenos não sentiram a menor falta. Ou melhor, a Marina ficou bem resolvida e o Gui seguiu o ritmo da irmã. Eles ficaram na casa dos meus sogros, a gente ligava para saber se estava tudo bem e pelo tom da voz dava para perceber que estava tudo ótimo. Melhor assim.

Agora (no próximo fim de semana, para ser exata) vamos ao Rock in Rio ver Redhot, banda da nossa adolescencia. E novamente vamos deixa-los. Os dois já sabem da viagem e ficaram perguntando a semana inteira quando finalmente nos iríamos. Eles queriam saber quando poderiam dormir fora de casa. A Ma vai ficar na minha irmã, também conhecida como madrinha dela. E o Gui com os meus sogros. Sempre tento poupar minha mãe dessas tarefas. Ela já cuida deles a semana toda, né! 

Enfim, quase véspera da viagem a Marina chegou em casa perguntando se podia arrumar suas coisas e se precisava de ajuda com as do Gui para passar o final de semana fora. Parecia até que era ela que ia viajar. Estava até mais empolgada do que eu, se bobear. E olha que eu AMO viajar, para qualquer lugar que seja. Eu, pasma, perguntei 'nossa filha, você não vai sentir falta de mim'. Sem resposta, percebi que ela continuou pensando o que precisaria levar. Acho que não queria me magoar dizendo a verdade. Ou seja, está mais que claro que a gente se ama muito, mas que cada tem sua vida. Não quero ser exagerada, mas me sinto muito confortável sabendo que ela, ou melhor eles (Gui também ficou bem animado com ideia de passar uns dias com vovó. Quando contei ele deu um gritinho de 'yes') ficam bem sem a gente. Vamos ver como será quando for ao contrário. Eles viajando, passeando, se divertindo e deixando a gente em casa. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cabeça rachada

Meu pré-aniversário inferno astral foi marcado por três pontos na cabeça. Exatamente. Eu consegui levar um belo tombo em casa e de presente abri a cabeça, cortei a mão e ralei a canela. O Leo, lógico, não estava em casa na hora do acontecido, então, tive que resolver tudo sozinha. A Ma, achando que eu ia morrer (de ver tanto sangue) ficou desesperada, mas, conseguiu me ajudar. O Gui chorou um pouco e depois que liberei a tevê ficou numa boa. O moçinho estava de castigo e não ia ver desenhos animados no dia. Na minha visão, ele ficou inocentemente contente com a situação. Afinal, quando eu ia libera-lô assim, sem nem ele pedir (rs). 
Para resolver, minha irmã - que estava saindo para jantar com o marido - irmã caçula não é mole veio me socorrer, enquanto meus pais ficaram com os pequenos em casa e o Leo me encontrou no hospital. Quem me conhece sabe que tenho pavor de levar pontos. Meus filhos, inclusive, nasceram de parto normal para eu não precisar cortar a barriga. Nem coragem de ver a cabeça aberta eu tive, assim que começou a sangrar coloquei uma toalha e só tirei no pronto-socorro. Chegando lá, quando a tirei minha fez cara de afliação e, em seguida, o Leo também. 
Bom, o incidente ocorreu na quinta-feira e no domingo seguinte (conhecido como ontem) eu completei 2.9 com muito orgulho apesar da cabeça rachada. Realmente, isso não me abalou, apesar de todos ficarem repetindo `nossa q jeito de fazer aniversário´ ou `caramba, você precisa se benzer´e outros tantos comentários negativos. Eu vejo de outra maneira, isso aconteceu para prevenir algo pior. No dia seguinte, por exemplo, não fui trabalhar. Então, estou rumo aos trinta feliz da vida de ter conquistado tudo que tenho até agora. Claro que ainda quero muito mais, mas, de verdade não posso reclamar. 

Fica ai um registro dos meus 2.9 e uma das minhas conquistas mais importantes.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Escola perfeita

Acho um absurdo mães que ficam exibindo os filhos como se fossem troféus e escolhem a escola pela etiqueta. Essa semana a Época publicou uma matéria sobre isso que achei muito interessante e ja pensava sobre o tema antes mesmo da reportagem. Conheço algumas pessoas que ficam se gabando porque o filho estuda no colégio tal e ainda faz diversas atividades extracurriculares, sem nem ao menos se preocupar se tantas tarefas estão fazendo bem a criança. 

Claro que é essencial que as crianças tenham uma boa educação, mas, não acredito que uma escola modelo, cara e tradicional seja a solução ou a garantia que o aluno seja bem sucedido. Eu mesma escolhi para os meus filhos a escola que gostei. Quando a Marina entrou no colégio, com 4 anos, fui em quatro escolas fazer a visita. Não gostei muito de três e me apaixonei por uma. As outras, além de serem maiores, não eram exclusivamente de Educação Infantil, meu foco na época.   

Amei a escola justamente porque era pequena e acolhedora e quando fui conversar com a diretora, vi uma cena que não se paga. Uma aluna doentinha (com febre), do integral, veio toda caidinha na sala que estávamos e avisou que não estava se sentindo bem e perguntou se podia ficar no colo dela como das outras vezes. Nessa hora, minha certeza foi ainda maior que o lugar certo para Má começar os estudos (ou melhor, brincadeiras, nessa idade é dessa forma que criança aprende). O melhor de tudo é que o lugar que eu escolhi, também foi o preferido da minha filha. Afinal, eu a levei junto em todas visitas.

Na minha percepção, os pais não devem se preocupar agora como será a carreira do filho e sim se ele está tendo uma infância feliz e proveitosa. Eu acredito muito que criança aprende com o convívio diário, num ambiente amoroso e regrado. Sou a favor que uma criança se divirta e estude no tempo certo, sem excessos. 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nostalgia antecipada

Vire e mexe fico pensando como será minha rotina quando as crianças forem grandes. Sou uma pessoa nostálgica (no bom sentido) por natureza, adoro ficar relembrando bons momentos, e quando se trata dos meus pequenos já fico com mais saudade ainda. Não consigo falar qual é a melhor fase dos filhos. Acho que cada uma tem uma particularidade e imagino que será assim também quando eles crescerem. Mas, não consigo tirar da cabeça a falta que vou sentir de ajeitar a cama para colocar eles para dormirem, depois de contar a história, de ajudar naquela lição difícil da escola, de esperar eles pedirem para fazer a 'bisnaguinha' com o leite no café, de vê-los andando com o mimi (ambos tem o  coberto de quando eram bebês) pela casa. Nossa são tantos momentos únicos.

A saudade maior será com certeza, daquela abraço e beijo de criança puro e sincero que só nossos filhos sabem dar. Também vou sentir falta de observar a maneira como eles enxergam o mundo e resolvem as coisas, principalmente, a explicação de determinados assuntos. Exemplo: esses dias a Ma dormiu fora e o Gui sentiu uma falta danada dela. O coloquei para dormir e ele pediu para ficar na minha cama, já que ele estava sem irmã e ainda reforçou "olha ali do lado mãe, não tem ninguém". 

Engraçado que agora eu não sinto tanta falta da época que eles eram bebês, claro que  quando vejo um, principalmente, das amigas fico toda derretida.  Afinal, não tem nada mais delícia que ficar com um baby no colo. Atualmente, curto muito a minha afilhada fofa e o Bernardo, filho da . Mas já mato minha vontade com esse gesto, de cuidar dos bebês alheios. Espero que assim seja quando meus filhotes estiverem mais velhos - que outras crianças supram minha saudade.